Os pais são responsáveis pelo bem-estar da criança, são fontes de
aprendizagem e apoio tanto emocional quanto social na formação dos filhos. A
separação dos pais é um processo de mudanças na vida, valores, hábitos, rotinas
da família e é um momento muito delicado e angustiante para a criança. A
maioria dos casais não conseguem lidar bem com a experiência da separação. Com o
fim do relacionamento guardam ressentimento, culpas, inseguranças, etc.
Os pais não percebem que suas discussões podem gerar sofrimento e
prejuízo na vida dos filhos. Eles não
possuem em seu repertorio condições de enfrentamento para esse tipo de
situação, sentem-se culpados pelo que está acontecendo e muitas vezes assumem
comportamentos de autopunição. A separação dos pais pode trazer prejuízos para
a vida da criança como: ansiedade, dificuldade em manter relacionamentos
amorosos e amigáveis, por medo de sentirem traídos e abandonados, insônia,
pesadelos, alteração do apetite, tristezas, desobediência, perda do interessa
no ambiente social, agressividade, rebeldia, dentre outros.
Há muitos casais que não possuem maturidade para conduzir esse processo
e acabam colocando os filhos no meio dos seus problemas; usa-os para fazer
chantagem um com outro; como objeto De troca; para se fazerem de vítima e muitas
vezes envolvem a criança no meio das brigas.
Mas, se a separação pode trazer consequências negativas para a criança,
a manutenção de um relacionamento infeliz, movido de brigas e violência
psicológica é muito mais prejudicial à saúde física e mental da criança.
Presenciar atitudes de agressão e de desamor dentro do ambiente familiar pode
fazer com que a criança repita esses comportamentos futuramente, com rebeldia,
agressividade e falta de empatia.
O que vai determinar o quanto essa criança ficará afetada emocionalmente
é a forma como os pais vão lidar com esse processo. Estes devem explicar para
os filhos o que está acontecendo, em uma linguagem adequada para a idade,
ouvi-los, demonstrar a eles que não são os responsáveis pela separação, que
continuarão a receber amor e cuidados de ambos, encoraja-los a expressar seus
sentimentos, educar os filhos conjuntamente, brincar, estar presente nos
momentos difíceis e de sucesso na vida da criança, impor limites, não tirar a
autoridade do outro, não falar mal do outro diante da criança e manter atitude
de respeito e cordialidade.
Pais que lidam com a separação de forma madura, mostram para os filhos
que mesmo em momentos difíceis deve-se procurar enfrentar as dificuldades e
buscar uma relação saudável com as partes envolvidas, e essa atitude gera na
criança confiança frente a situação.
Referências
Gonzaga, J. C. (2005) Os filhos na separação dos pais: uma visão psicológica. Rio de
Janeiro. Disponível em: http://www.avm.edu.br/monopdf/3/JACYRA%20CARVALHO%20GONZAGA.pdf
Martins, R. (2002) A separação dos Pais e os sentimentos dos filhos. Porto Alegre.
Disponível em: http://www.rosangelapsicologa.com
Tessari, O. I. Pais Separados. São Paulo.
Disponível em: http://ajudaemocional.tripod.com/id406.html
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Imagem: Extraída do Google Imagens
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Sobre a autora:
Mylena Moreira Melo, Psicóloga (CRP 09/11177) graduada pela
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (Brasil), psicoterapeuta de crianças,
adolescentes e adultos, atua com ênfase na Psicologia Comportamental.
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