Dicas de uma psicóloga de crianças para os Pais


Bater ensina?
Quando os pais batem nos filhos, as crianças podem aprender 3 tipos de coisas:
A primeira delas é a ter medo do mais forte, e isso quer dizer, ter medo do adulto, da criança que é maior na escola, ou até mesmo de seu chefe, quando ela já for adulta.
A segunda coisa que ela pode aprender é que bater é uma possibilidade para resolver os seus conflitos: quando ela ingressa na escola, mediante qualquer dificuldade, pode reagir batendo nos seus coleguinhas.
A terceira coisa que ela pode aprender é que bater é melhor do que conversar: normalmente quando os pais batem nos filhos, eles estão em busca de controle, e não ensinam a crianças sobre como de fato elas devem se comportar.
Enquanto psicóloga que trabalha com crianças, realmente acredito que bater não é a melhor opção, e que podemos procurar outros caminhos, outras maneiras, e ajudar os país a encontrá-las.
E o castigo?
Se o primeiro ponto deste texto se refere à punição física, o segundo se refere à outra forma de punição: o castigo.
O castigo pode ser feito pela privação de algo que a criança goste ou queira, ou pelo impedimento de alguma ação que ela gostaria de fazer, dentre outras coisas. Mas muitas vezes ele gera consequências negativas: após saírem do castigo as crianças ficam irritadas e com muita raiva, e o que é pior, muitas vezes não aprenderam nada com a punição recebida.
Os pais precisam ensinar as crianças sobre as consequências de seus atos, ao invés de simplesmente puni-las as, ou seja passar a educá-las sobre o resultado de seus atos e com essa atitude a criança pode perceber que toda ação dela tem uma reação.
Mas e a birra?
A birra é um movimento que parece natural das crianças, mas que na verdade é socialmente aprendido. Como assim? Os pais, geralmente, ensinam a criança que se estas fizerem determinados tipos de comportamento podem ter as suas necessidades satisfeitas, por exemplo: se uma criança está no supermercado e começa a chorar por causa de um chocolate, e os pais para verem ela parar de chorar dão o chocolate, a criança aprende que ao chorar no supermercado ela consegue o que quer. Assim ela aprende a fazer birra, ou seja, ela só funciona se os pais permitirem.
Mas o que fazer no momento da birra? Aqui vai ma dica importante: os pais precisam ter calma, olhar nos olhos da criança e dizer que dessa forma você não está entendendo, e que quando ela se acalmar você estará ali para ela dizer o que quer. Assim a criança irá conseguir se expressar, e falar de outra forma que não seja a birra.
E quando a criança não quer comer?
Tenha cuidado para não se tratar de um distúrbio alimentar (procure um médico e/ou um psicólogo quando você ver que as coisas podem estar muito graves), que pode se expressar de várias formas nas crianças, dentre as quais quando a não consegue ou se recusa a comer ou beber uma quantidade ou variedade de alimentos suficientes para manter uma nutrição adequada, por exemplo.
A ausência de alimentos, pode acarretar várias complicações para as crianças, como falhas do crescimento, diminuição da energia para a realização de atividades cotidianas ou impedir o correto desenvolvimento do cérebro, dentre outras.
E o interessante é que as falhas do crescimento contribuem para uma alimentação precária, se transformando em um ciclo disfuncional para o desenvolvimento da criança.
Para finalizar...
Pais observem os hábitos dos seus filhos, acompanhem suas rotinas, estejam presente em suas vidas. Um dos grandes desafios dos pais é ensinar os filhos as formas saudáveis de se socializar com regras e limites.
Há muitas formas de ser mãe, pai, filho e filha, não existe uma forma correta, mas existem formas mais fáceis de estabelecer convivência, que promovem crescimento, já parou para pensar nisso?
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Imagem: Extraída do Google Imagens
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Sobre a autora:

Ludmilla Rodrigues Fernandes Gomes, é psicóloga (CRP 09/11054) graduada pela Universidade Estácio de Sá (Brasil), estudiosa da técnica DIR Fortime, atende com ênfase na Gestalt Terapia, ministra palestras com o objetivo de fazer com que pais desenvolvam relações mais saudáveis com seus filhos.

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