Hipnose no tratamento de dores crônicas


Quando falamos de hipnose, muitas pessoas já pensam naquele cara do programa de televisão fazendo as pessoas imitarem animais, comerem cebolas pensando que são maçãs, ou em cenas, engraçadas (e às vezes, vexatórias)... E por ver este tanto de cenas em programas televisivos, ou mesmo no youtube, muitas pessoas podem pensar que se trata de encenação ou de uma mentira bolada entre os participantes. Este texto é para esclarecer algumas coisas sobre os procedimentos hipnóticos e como eles podem ajudar, clinicamente, em coisas importantes, como no manejo da dor.

Apesar de a hipnose ser reconhecida como Técnica Psicológica, pelo Conselho Federal de Psicologia (Resolução CFP 013/2000), não existe um único tipo de hipnose, mas várias técnicas diferentes que foram desenvolvidas por diferentes pessoas através da história, e hoje, inclusive, diversas pessoas ao redor do Brasil e do mundo fazem pesquisas para desmistificar este tema. Se você procurar no Portal de Periódicos da CAPES (site que registra trabalhos científicos no país) encontrará hoje (08/07/2019) 293 trabalhos científicos como a palavra “Hipnose”.

Um importante centro de pesquisas sobre o tema no país está na Universidade de Brasília, onde curso meus estudos de doutorado, sobre a coordenação do professor Dr. Maurício da Silva Neubern – O Projeto CHYS (Complexity, Hypnosis and Subjectivity) que baseia seus trabalhos em uma interlocução das propostas teóricas de Milton Erickson e Edgar Morin.

O professor Neubern tem se dedicado à pesquisas sobre hipnose e dores crônicas há quase 25 anos, e tem diversas publicações em periódicos científicos nacionais, internacionais e livros publicados na área, com resultados impressionantes no manejo e controle de dor.

Meus estudos e trabalho na área despertaram o interesse em desenvolver em Goiânia um programa de atuação para atender pessoas que queiram incluir a hipnose no tratamento de dores crônicas, como por exemplo, nos casos de fibromialgia, enxaqueca, reumatismo, artrite, artrose, dentre outras. Mas como isso é possível?

Há algum tempo escrevi em meu site profissional um texto chamado “A diferença entre algesia, dor e sofrimento” (que você pode ler clicando aqui, se quiser), de onde destaco o seguinte trecho:

“Eu queria compartilhar com vocês, é diferença entre dois conceitos - algesia (ou nocicepção) e dorAlgesia é um termo da fisiologia que significa o processo sobre como as pessoas recebem em seu organismo um estímulo nocivo por meio de células específicas chamadas de receptores de danos, ou nociceptores, e que o envia para o cérebro. Por exemplo, imagina que uma pessoa furou a mão com um prego, onde as células desta parte do corpo vão enviar em milionésimos de segundos uma informação eletroquímica para o cérebro entender que algo está colocando o corpo em risco. É aqui que funciona o princípio das anestesias cirúrgicas, por exemplo, que interrompem a comunicação entre os membros e o cérebro por meio da introdução de medicamentos. Mas o que nós entendemos como dor é uma interpretação do cérebro deste estímulo que foi recebido... daí o fato de que algumas pessoas, expostas ao mesmo tipo de estimula (uma injeção, por exemplo), sentem muito mais dor do que outras.

Ou seja, aquela história de que a “dor é psicológica” é sim verdade, não no sentido de que ela não existe, afinal de contas, aquilo que é psicológico também é real, ora bolas! Quando dissemos que a dor é psicológica é porque cada ser humano a sente de uma forma singular, a sua dor nunca será igual a minha dor, ou à dor do Joãozinho das Couves... E isso vale para as dores que são oriundas de estímulos nociceptivos (uma agulhada, um chute no pé da cama, etc) como para as oriundas de estímulos sociais aversivos (uma briga, término de relacionamento, um falecimento, etc...). Neste sentido, a dor, da forma como a sentimos, é, entre algumas coisas, produto da interação do meu organismo (células, etc) com as minhas vivências, ou seja, um conjunto de experiências simbólicas e afetivas que foram vividas anteriormente.”

Desta forma, é possível fazer um bom trabalho de manejo da dor, por meio da criação de um protocolo de atendimento psicológico específico, que inclui, dentre outras coisas, o uso de técnicas hipnóticas.

O tratamento é seguro, sem contraindicações, e depende da colaboração da pessoa interessada, e a quantidade de sessões varia conforme cada caso. Caso tenha interesse em fazer o acompanhamento, entre em contato conosco pelo Whatsapp: (62) 98227-9511 e pergunte sobre o Programa de Manejo de Dores Crônicas.

Aguardo você!

---
Murillo Rodrigues dos Santos
Psicólogo (CRP 09/9447) pela PUC Goiás (Brasil)
Mestre em Psicologia pela UFG (Brasil)
Doutorando em Psicologia Clínica e Cultura pela UnB (Brasil)
Formações pela UCN (Chile), Brown University e Harvard University (EUA)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pages